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Neurose Obsessiva é Má Consciência

O que é a neurose obsessiva? É a má consciência.


É viver sob o peso da culpa. A sensação permanente de que o mundo é ruim, de que se errou, de que se pecou. O obsessivo já nasce “pecadinho”, e por mais que tente, nunca quita sua dívida. Está sempre endividado. Mas com quem? Com o pai. O pai da ordem primitiva. O pai, a mãe, o tio, o professor, o Estado… todos figuram como representantes dessa autoridade.


Neurose Obsessiva

A vida do obsessivo é uma prisão: um cubículo menor que o próprio corpo, onde não se pode dar um passo à frente. Vive limitado, sempre pedindo perdão: “Pai, perdoa porque eu existo, pai…”. E, nesse enclausuramento, alimenta pensamentos monstruosos:

“Sou feio, ninguém gosta de mim, não tenho amor suficiente. Se eu fizer isso, minha mãe morre. Se eu pensar aquilo, meu pai adoece. Se eu ousar dar um passo, algo de terrível acontecerá…”


É um sofrimento interno incessante, um ataque vindo de dentro. Mas é preciso perguntar: quem lucra com essa neurose?

A resposta está na economia psíquica.


Na metapsicologia freudiana, a economia significa como se gasta a energia. E o obsessivo gasta mais do que gera, mais do que consegue produzir ou armazenar. Joga fora tempo, saúde, paz, capacidade de reflexão, autonomia. Vive entregando sua energia ao que o faz mal: alimenta-se de porcarias, diz apenas o que os outros querem ouvir, sente vergonha do corpo, esconde-se do espelho, não veste as roupas que gostaria, teme os próprios pensamentos por considerá-los pecaminosos.


Esse é o horror interno da neurose. Mas será que é apenas uma doença individual? Não. É a doença da humanidade. Freud já dizia: o ser humano paga um preço para ingressar na cultura, e esse preço é o coração — que se parte, se negocia, se vilipendia.

O processo de análise é justamente o resgate.


Resgatar recursos, patrimônio, investimentos psíquicos que não foram usados, que foram desperdiçados ou entregues aos outros. Muitos têm riquezas internas, mas não se autorizam a usufruí-las. Dão aos outros, perdem, jogam fora, tornam-se alvos fáceis. Ou então guardam indefinidamente, na ilusão de que “um dia” serão úteis.


Mas a vida é agora. É hoje.

Como você gasta o seu dinheiro? Onde investe seu tempo e sua energia? Com quem escolhe estar? Quem são as pessoas em quem você confia? Por que adia a consulta médica necessária? Por que posterga o início dos estudos, os exames, as decisões importantes?


A neurose é exatamente isso: adiar.

Reduzir a vida a questões insolúveis.

Eternizar a dúvida, congelar o movimento.


Carlos Mario Alvarez - Psicanalista


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