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O LABIRINTO DO CIÚME: DESEJOS OCULTOS E A PSICANÁLISE DAS RELAÇÕES

Compreenda-se que, sob a superfície do ciúme, há uma intricada teia de desejos e fantasias. Surpreendentemente, o ciumento almeja, em seu íntimo, a presença de um terceiro na relação, um desejo que se desdobra nas sombras do inconsciente. Esta ânsia, longe de ser meramente destrutiva, revela-se como uma busca por reviver uma cena primordial, tingida de erotismo e complexidade, conforme elucidado pela psicanálise e os estudos de Freud sobre as fantasias originárias.


O LABIRINTO DO CIÚME: DESEJOS OCULTOS E A PSICANÁLISE DAS RELAÇÕES

Nessa dinâmica, o indivíduo dominado pelo ciúme não apenas suscita, mas anseia pela confirmação de suas inseguranças, impelido por uma compulsão que busca desvendar a fidelidade do outro. Nesse cenário, o ciumento é visto como a criança deslocada, enquanto o parceiro e o terceiro figuram, respectivamente, como símbolos de traição e objeto de desejo. Este triângulo, longe de ser um mero conflito, é carregado de uma intensidade erótica, onde as disputas e confrontos transcendem a mera discórdia, adentrando o reino do profundo e complexo drama humano.


Portanto, é crucial reconhecer a natureza corrosiva do ciúme, que tem o poder de minar e eventualmente desintegrar a essência de uma relação. A luta contra este impulso não é apenas uma questão de autocontrole, mas um imperativo para preservar a integridade e a profundidade dos laços afetivos. Assim, diante da tentação do ciúme, a sabedoria reside em resistir a sua sedução, protegendo o tecido da relação contra os desgastes que ameaçam sua existência.


Sugestão de leitura: História de uma Neurose Infantil -

“O homem dos Lobos”, 1918 [1914] - Sigmund Freud


Equipe Psicanálise Descolada



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