Aqui vai uma ideia de como se formam as FOBIAS.
Em princípio, derivam, como toda neurose, de uma tentativa de defesa do invasivo e excessivo teor pulsional. Trata-se também de dar uma resposta ao medo fundamental, aquele da desintegração/morte.
Eis que a castração é, ela própria, um instrumento de adequação a essa ameaça/enigma da morte fazendo com que a pessoa aceite se inscrever nos trâmites da vida organizada, aceitando - via simbólico - o horizonte da restrição; incluso o do que se deve melhor temer.
Neste sentido, melhor castrar-se do que enlouquecer diante do horror da ameaça da pulsão de morte. A castração é um recurso onde o neurótico fará seu acordo com a cultura, aceitando submeter seus anseios ao crivo do Outro.
O fóbico acabou por eleger um objeto ou uma cena (à revelia, certamente) onde se verá em maus lençóis amarrado e apavorado, mas ainda que sofrido, “salvo” da morte, ao menos.
Vejam que assim as coisas se aquietam, pois o fóbico passará a evitar o objeto ou a cena da qual se tornou fóbico (“jamais entrar no túnel”, “jamais transar com um homem”) para poder livrar-se do horror da sua morte.
Ele temerá desintegrar-se se, e somente se, o objeto o engolir. Mas ele saberá fazer algo para aí se proteger. Fobia como defesa.
Quanto ao afeto, sabemos desde Freud que ele persiste deslocado: “não é isso, mas aquilo!”. Se não topar com a cruz ou o alho, o vampiro se acreditará livre.
A fobia encurta o mundo de um ser e o sufoca num padecer que pode, aos poucos, tomar toda sua energia vital.
Uma Psicanálise, contudo, terá a chance de desmontar essa “farsa” e jogar, com jeito, o sujeito diante do abismo para que ele tenha a chance, desta vez, talvez, de aprender a voar!
Carlos Mario Alvarez
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