Como se posiciona o analista nos dias de hoje? Quais são as suas intervenções?
Historicamente, o psicanalista mantinha uma postura de certa opacidade, evitando expressar seus próprios desejos. Tradicionalmente, o papel do analista era o de escuta flutuante, neutralidade e suspensão. Contudo, novas concepções sobre a clínica têm emergido, especialmente com a transformação no formato de atendimento: o consultório físico, antes exclusivo, agora convive com a virtualidade. Diante desse novo cenário, quais questões inéditas surgem?
O conteúdo psicanalítico é intrinsicamente sócio-histórico, o que torna essencial que as mudanças na subjetividade estejam alinhadas à sensibilidade técnica. Freud atendia seus pacientes cinco vezes por semana, uma frequência que hoje se revela inviável para a maioria de nós. No entanto, a psicanálise continua a se desenvolver. Como essas transformações impactam a maneira de pensar as entrevistas preliminares? De que forma se realiza um diagnóstico inicial que capte o mapa desejante do paciente? Como se atualiza o sintoma à luz da cultura contemporânea? Em suma, como o analista cria ferramentas para compreender e diagnosticar em sintonia com as formações do inconsciente e as psicopatologias atuais?
A psicanálise não é um campo estanque ou definitivo; ela está em constante evolução e em permanente ensaio. Este é um dos pilares da transmissão que a Comunidade Psicanálise Descolada defende: refletir sobre a técnica psicanalítica, o papel da cura e as novas psicopatologias, sempre em diálogo com a contemporaneidade.
Equipe Psicanálise Descolada
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